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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Sites de relacionamento - Todo cuidado é pouco

Desde o início da internet, os sites de relacionamento existem nas mais diferentes formas. Primeiro, foram as salas de batepapo do tipo Mandic, Globo e UOL.

Quando eu conheci essas salas, por volta de 1990, o único recurso disponível para ''conversar'' com alguém, era o texto. Você criava um apelido - ''nick'', em inglês, escolhia uma sala, que podia ser por cidade, estado ou faixa etária e.... bingo!!! Entrava numa das milhares de salas que os sites ofereciam. Claro que naquela época também haviam as salas de sexo, isso sempre existiu.

À medida em que o tempo passava, as salas de bate-papo ganharam algumas melhorias: algumas dava para ouvir música que os próprios usuários colocavam, usando programas específicos. Outras, ainda mais sofisticadas, como o antigo TIVEJO, era possível unir a música à imagem na câmera. Era muito gostoso você ver quem estava ''teclando'' com você. Claro que as salas de sexo continuavam presentes, agora mais ''explícitas''.

Não duvido que muitos casais se formaram a partir dessas tecnologias Também não duvido que muitos casais ainda estão juntos desde então. Mas o grande diferencial é que, a partir do advento da câmera em salas de bate-papo,  a interação ficou mais  natural. Nada melhor do que você ver se a pessoa da foto é a mesma com quem você está conversando.

Depois do fim do Tivejo, ficamos com a versão inglesa, Paltalk, que eu acho que existe até hoje. Eu mesma fui adepta do Paltalk  durante anos. Fiz muitas amizades virtuais, mas apenas duas amigas que continuam minhas amigas até hoje. 

No Paltalk a câmera se tornou essencial para quem estava buscando um relacionamento sério (não era meu caso, pois era casada na época e usava apenas para fazer amizade e ouvir música). Nessa mesma época, começaram a aparecem os perfis falsos. Perfis criados apenas para aplicar golpes em pessoas carentes, tanto homens quanto mulheres.

Acabei de divorciando em 2007 e parei de usar o Paltalk por volta de 2009. Percebi que aquilo não me acrescentava nada.

Após 2 anos, e como estava sozinha, conheci os sites de relacionamentos, como POF, Badoo e Tagged. Por que não?

POF - primeira semana já conheci um perfil falso. Não foi fácil descobrir, pois ainda não tinha nenhuma prática nesse tipo de site. Mas minha curiosidade era enorme, e minha segurança ainda maior, e pesquisei na internet o que poderia fazer para não cair em nenhuma conversa de perfil falso.

Primeiro conselho: NÃO ACREDITE EM TUDO O QUE ESCREVEREM.

Até aí, o perfil tinha sido normal. Nenhuma conversa estranha.

Segundo conselho: NEM SEMPRE QUEM ESTÁ NA FOTO, ESTÁ FALANDO COM VOCÊ.

E como saber?

Terceiro conselho: SE APÓS 2 DIAS JÁ DISSER ''TE AMO'', ALERTA VERMELHO!

Ahhh nesse dia a pessoa com quem eu estava teclando disse exatamente isso ''Eu amo você e quero ficar com você o resto da minha vida''

Oi???  Como assim ''me ama''? Calma aí!!! A gente nem se encontrou no real. Nunca nos vimos na câmera, que já tinha virado ''cam''!!

A pessoa parece não ter gostado das minhas considerações.

Ele - Você não me ama?
Eu - Não. Como posso amar letrinhas escritas?  Preciso ver você, tocar em você, sentir seu perfume, ver se rola a tal ''química''
Ele - Mas eu não tenho cam! (aqui devo acrescentar que ele tinha dito que era um engenheiro americano que estava na Síria (???) a trabalho)
Eu - Compra uma, é tão baratinho.
Ele - Você deve confiar em mim. Eu amo você sem nunca ter te visto.
Eu - E se eu não for exatamente quem digo que sou? E se eu não for exatamente quem você vê nas fotos?
Ele - Mesmo assim, eu vou te amar.

Aquela conversa parecia surreal!!!! Na minha cabeça amor era uma coisa completamente diferente do que aquele cara estava me dizendo.
 
Bem, depois dessa declaração de amor o botão ''alerta'' ficava aceso 24 horas por dia.  Resumindo: depois de uma semana ele me amava ainda mais e me pediu dinheiro rsrsrsrs


No Badoo e no Tagged aconteceu a mesma coisa: declaração de amor eterno depois de 3 - 4 dias. Não passou disso.

Hoje, em 2023, o Tinder é o mais conhecido ''app'' de relacionamento e também cheio de perfis falsos. Por isso, todo cuidado é pouco. Nunca usei o Tinder, mas sei de histórias malucas de gente que se envolveu e perdeu tudo o que tinha. O mesmo acontece no Facebook (uma amiga muito próxima caiu numa dessas conversas e perdeu tudo). Por isso, todo cuidado é pouco. Não aceite pedidos de amizade de desconhecidos, principalmente se o perfil for de alguém ''muito perfeito'', afinal, pessoas perfeitas não existem, viu?



quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Natal em família

Natal

Eu sempre gostei de Natal. Desde criança ficava fascinada pela decoração de Natal e, muitas vezes, meus pais nos levavam, eu e meus dois irmãos, pra ver a decoração de Natal pela cidade. Isso quarenta... cinquenta anos atrás. Não era como hoje, claro. Não tinha a Avenida Paulista toda decorada, mas as decorações que víamos nos deixavam encantados.

Todo ano minha mãe fazia árvore de Natal, decorava a casa toda e só colocava os presentes embaixo da árvore na madrugada do dia 25, pra gente abrir assim que acordássemos, logo cedinho. Era uma farra a gente chegar na sala e ver aquele monte de presentes. Ela não nos fez acreditar em Papai Noel, pois não éramos ricos e, talvez, não ganhássemos aquilo que pedíssemos ao Papai Noel. Mesmo assim, sempre ganhamos presentes. Me lembro de uma boneca chamada Tagarela, que falava palavras quando eu apertada os bracinhos dela. Nossa, que doce lembrança!!!

O tempo foi passando e sempre tínhamos a nossa árvore de Natal. Depois que os netos chegaram, ela continuava a fazer questão de montar a árvore, agora com a ajuda dos netos... cada um na sua época ajudou a colocar os enfeites que ela guardava de um ano para o outro. Era uma festa. A gente fazia amigo secreto só entre os adultos  e saíamos pra comprar os presentes das crianças. Me lembro que a Hi Happy era nosso destino todo ano. Saudades.....

Com o passar dos anos, começaram as separações, divórcios, afastamentos e sumiços. Em 2005 meu pai faleceu e o Natal, então, tinha um gosto mais triste a cada ano, pois faltava uma pessoa importante naquele momento. Em 2007 eu me separei... e aí as coisas mudaram completamente. A árvore de Natal que sempre fazíamos com a ajuda dos filhos não existe mais. Os Natais que sempre tinham sido na casa dos meus sogros, agora não existiam mais... pelo menos para mim, porque meus filhos continuaram a tradição da família, de passar a véspera de Natal lá com os avós paternos, mas o almoço do dia 25 continuava na casa da minha mãe. Mas não era mais como antes, pois meu ex-marido não ia mais lá, assim como eu nunca mais vi nem fui na casa dos meus sogros, que faleceram em 2011 e 2014. Desde a separação nunca mais os vi nem falei com eles... e como sentia falta da ceia de Natal deles...que saudade do pudim de leite condensado da minha sogra!

Em 2012 foi a vez da minha mãe subir pra tocar harpa nas nuvens (era assim que falava sobre a morte dela rsrs) e ai tudo ficou pior. A companhia que eu tinha para passar a véspera de Natal não existia mais e, a partir daí, minhas vésperas de Natal são sozinhas, em casa, vendo TV, ouvindo música, comendo panetone. Nem pernil, nem peru, nem pavê na véspera. Almoçamos juntos apenas no dia 25, eu e meus três filhos.

Sempre fico melancólica nessa época, mas de um tempo pra cá comecei a questionar: Por que fico sozinha? Por que não tenho ninguém pra passar essa noite tão especial?  Por que não consigo encontrar minha ''cara metade'', minha ''metade da laranja'' ?

Dois anos e meio depois - Setembro/2018

Continuo nostálgica e melancólica. Ainda sozinha, mas agora morando no interior de São Paulo, na cidade de Catanduva. Vou continuar refletindo mais perto do Natal.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Three Doors Down - Here without you




"Here Without You"
Three Doors Down

A hundred days have made me older
Since the last time that I saw your pretty face
A thousand lies have made me colder
And I don't think I can look at this the same

But all the miles that separate
Disappear now when I'm dreaming of your face

I'm here without you, baby
But you're still on my lonely mind
I think about you, baby
And I dream about you all the time
I'm here without you, baby

But you're still with me in my dreams
And tonight it's only you and me, yeah.

The miles just keep rollin'
As the people leave their way to say hello
I've heard this life is overrated
But I hope that it gets better as we go, oh, yeah, yeah

I'm here without you, baby
But you're still on my lonely mind
I think about you, baby
And I dream about you all the time
I'm here without you, baby

But you're still with me in my dreams
And tonight, girl, its only you and me

Everything I know, and anywhere I go (oh whoa)
It gets hard but it won't take away my love (oh whoa)
And when the last one falls
When it's all said and done
It gets hard but it wont take away my love, whoa, oh, oh

I'm here without you, baby
But you're still on my lonely mind
I think about you, baby
And I dream about you all the time
I'm here without you, baby

But you're still with me in my dreams
And tonight, girl, it's only you and me

quarta-feira, 7 de maio de 2014


Nova ortografia

Toda vez que falam em ‘’reforma ortográfica’’ ou ‘’nova ortografia’’  eu penso que vou começar a  escrever  ‘’maça = massa’’, ou então ‘’caza = casa’’ ou, então, essessão = exceção.  No meu simples entendimento, reforma é mais do que isso que eles fazem de vez em quando.  Reformar pra quê?  Por que precisamos escrever da mesma forma que os portugueses, se nossa cultura é diferente, nosso povo é diferente, nossa sociedade é diferente, nosso ‘’tudo’’ é diferente?  Além do mais, essa reforma não deixa nosso português igual ao português de  ‘’trás os montes’’ e outros países que falam nosso idioma. Aliás, a maioria deles ainda escreve ‘’acção’’ , ‘’projecto’’, ‘’facto’’, ‘’económico’’ e eu nunca vi uma reforma ortográfica com essas pretensões. 
Para eles, não existe o gerundismo, pois eles  usam o verbo na forma infinitiva (Eu estou a comprar um descapotável importado).  A propósito, descapotável significa conversível.  Nesse caso, nossos patrícios estão a salvo do famoso ‘’Vou estar transferindo a ligação’’... que benção!
O certo é que, com reforma ou sem reforma, os dois idiomas ainda têm mais diferenças do que semelhanças, inclusive na forma como a maioria das palavras são pronunciadas.  Eles dão a impressão de engolirem a última sílaba de todas as palavras...
Nesta última reforma, por exemplo,  foi abolido de vez um  antiquíssimo mal criado por algum doido, que ninguém mais aguentava. Agora vai ficar cinquenta vezes mais fácil escrever  sem precisar ‘’tremar’’.
No fim,  joia mesmo ficou o fim do acento agudo na vogal aberta e tônica dos ditongos ‘’ei’’ e ‘’oi’’. Fim da paranoia apoiada por colmeias de androides  linguistas.  Mas não se empolgue: o acento agudo caiu só nas paroxítonas com esses ditongos. Portanto, você vai continuar pescando com anzóis, de chapéu e anéis.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Bruno Mars - When I was your man



Bruno Mars
When I was your man


Same bed, but it feels just a little bit bigger now
Our song on the radio, but it don't sound the same
When our friends talk about you
All that it does is just tear me down
'Cause my heart breaks a little
When I hear your name
And all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Too young, too dumb to realize
That I should have bought you flowers and held your hand
Should have give you all my hours when I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing, but she's dancing
With another man

My pride, my ego
My needs and my selfish ways
Caused a good strong woman like you
To walk out my life
Now I never, never get to clean up
The mess I made
And it hurts me every time I close my eyes
It all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Too young, to dumb to realize
That I should have bought you flowers and held your hand
Should have give you all my hours when I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing, but she's dancing
With another man

Although it hurts
I'll be the first to say that I was wrong
Oh, I know I'm probably much too late
To try and apologize for my mistakes
But I just want you to know


I hope he buys you flowers, I hope he holds your hand
Give you all his hours when he has the chance
Take you to every party cause I remember
How much you loved to dance
Do all the things I should have done
When I was your man

Do all the things I should have done
When I was your man

Meu primeiro amor...



1970, ano do tricampeonato de futebol. Todos muito felizes, comemorando nas ruas, carreatas, buzinas.

Suzana era apenas uma menina, com seus treze, quase quatorze anos. 

Ela era a única ''filha mulher'' de um casal muito conhecido no bairro, pelas profissões que exerciam. Suzana tinha dois irmãos: um mais velho e o outro, o caçula, com cerca de oito anos. Eles haviam se mudado para aquele bairro alguns anos antes. 

O bairro era muito tranquilo, cheio de casinhas iguais. E ela estava adorando, afinal agora podia ir e voltar sozinha da escola.

Suzana estava na 7ª série. Tinha feito o curso de admissão com uma professora muito brava e, ao mesmo tempo, muito doce, cheia de sardas. Naquela época, se o aluno quisesse entrar para o ginásio, tinha que fazer o curso o ano inteiro e ser aprovado. E Suzana tinha sido aprovada com nota 9, junto com o irmão mais velho, ou seja, dois orgulhos para os pais, que tinham ficado apreensivos, pois tinham consciência de que o tal ''exame'' era difícil. 

Ela ia todo dia para a escola, na parte da tarde, pois na parte da manhã ficava com o irmão menor, para a mãe poder trabalhar. Não reclamava, porque sabia que à tarde iria para um lugar que adorava. E não adorava apenas por ir à escola. Adorava, ainda mais, o que acontecia no caminho da escola.

- Ei, beleza!! Você maltrata meu coração - ele sempre dizia, ao vê-la passar, com os cadernos embaixo do braço.

Suzana, toda envergonhada e com medo de que alguém tivesse ouvido, só se limitava a sorrir e continuava seu caminho. Às vezes era até difícil se concentrar no que os professores falavam, só pensando se ele estaria naquela mesma esquina, na saída. E ele sempre estava.

A fama daquele rapaz não era das melhores, mas ela não ligava. Em seus pensamentos, ele era perfeito.

- O nome dele é Oswaldo - ela confessou para Aparecida, a melhor amiga.

- O galinha? Você é doida!!! Seu pai te mata!! - Aparecida não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Suzana interessada justamente nele?

Uma olhada aqui, outra ali e ela se encantou pelo mais ''galinha'' que tinha no bairro. Claro que ninguém podia saber dessa paixão proibida. E lá vinha ela pela rua, indo para a escola. Na esquina, como sempre, ele a esperava, com aquele olhar de gavião, pronto para dar o bote. Ele era um rapaz bonito, loiro, fala de malandro, cerca de 18 anos. Já tinha namorado todas as meninas do bairro, menos ela, e isso tornou-se um desafio para ele. 

Suzana juntou toda a coragem que possuía e contou para a mãe.

- O quê? O Oswaldo? Vou falar com a mãe dele agora!!

Mesmo Suzana implorando, a mãe foi ter com a mãe de Oswaldo e, como as duas já eram amigas, foi uma conversa bem cordial.

- Não quero ver o Oswaldo atrás da minha filha, Dulce. Você sabe, melhor do que eu, que ele é muito namorador. Minha filha não é desse tipo de menina.

A mãe de Oswaldo prometeu que o filho não iria mais cortejar Suzana. Mas... claro que isso não aconteceu.

Mais um ano se passou e Oswaldo sempre esperando Suzana na esquina. Até que um dia, ela respirou fundo e foi conversar com ele. Foi uma conversa rápida, pois ela tinha hora pra chegar em casa. Nessa conversa, ele jurou que não era mais o galinha do bairro, que estava apaixonado por ela de verdade. 

Ela acreditou, afinal não tinha ouvido  falar mais nada. Começaram a namorar escondido, até o dia em que Suzana descobriu que ele tinha engravidado uma menina do bairro. O mundo desmorou! 

Suzana não queria mais saber de Oswaldo, que jurava que não tinha nada com a tal. 

Foi depois disso que os pais de Suzana resolveram mudar de bairro, para evitar que eles se encontrassem de novo. E Suzana ficou alguns anos sem notícia de Oswaldo. Até que um dia, voltando do trabalho, ao parar no portão de casa, Suzana o viu no posto de gasolina que havia em frente. O coração disparou! Não podia ser ele!

Antes que entrasse em casa, ele a viu e gritou:
- Eiiiiii belezaaaaaaaaa!!

Suzana gelou. Voltou até o portão e eles conversaram rapidamente. Ele explicou que a tal menina tinha mentido mesmo, mas ela não acreditava mais em Oswaldo. 

Durante algum tempo, Oswaldo ia sempre até o posto de gasolina, pra ver Suzana chegar, sair. Ela fingia que não o via, com medo dos pais, ainda rígidos, apesar de já ter quase 19 anos.

- Namorar com esse galinha, nem pensar!! - a mãe tinha declarado.

Suzana conformou-se e resolveu não ir contra a vontade dos pais. Mais 3 anos se passaram, e ela não teve mais notícias de Oswaldo. O pai descobriu que ele sempre estava no posto de gasolina e, novamente, mudaram de casa para fugir das investidas de Oswaldo. 

Suzana não era namoradeira, mas sempre tinha um ''paquera''. Mas, no fundo, sentia que tinha um assunto mal resolvido com Oswaldo.

1978, Suzana, já com quase 23 anos, estava chegando ao trabalho, no centro de São Paulo. Ao atravessar a rua, ouviu uma buzina e alguém gritando seu nome. Ela olhou e não acreditava no que via!

- Oswaldo?? - ela gritou, se aproximando do carro.

Saíram dali e foram para o Mirante da Lapa. Naquela época, a vista do Mirante era uma das coisas mais lindas que havia em São Paulo. De lá avistava-se toda a zona sul, até o Morumbi, com seus prédios e casas imponentes. Era comum os casais irem para lá, para namorar. Nem era perigoso!! 

Suzana e Oswaldo conversaram, choraram e Oswaldo contou que tinha se casado quinze dias antes, que tinha acabado de voltar da lua de mel. Suzana chorou muito, pois sempre pensou que iria se casar com ele, um dia.

Beijaram-se ainda mais apaixonados do que antes e Oswaldo prometeu que ia desfazer o casamento, pedir divórcio, largar a mulher... fosse o que fosse, mas ele iria voltar para ficar com ela pra sempre.

Suzana despediu-se dele, com uma felicidade nunca sentida antes e confiante de que ele iria voltar logo, pra ficarem juntos pra sempre.

Suzana continuou acreditando na volta de Oswaldo. Acreditou por mais 5 anos, os quais não conseguiu  namorar ninguém. Quando percebeu que ele não iria voltar, decidiu prosseguir com sua vida. Casou-se, teve três filhos, mas a sensação de algo não terminado continuava a persegui-la.

2009, trinta e um anos depois. Suzana já divorciada há dois anos, decide procurar amigos da época da escola no Orkut (até então, o Facebook não era tão conhecido para ela). Não achou ninguém. De repente, sentiu vontade de procurar por Oswaldo. Ela ainda se lembrava do sobrenome dele, muito incomum. Após algumas pesquisas, ela o encontrou!!

- Mas será que é ele mesmo? Está barrigudo, cabelos brancos!

O tempo havia se passado para Oswaldo e, claro, para ela também, que já tinha cabelos brancos e muitas rugas a mais. Suzana tinha começado a ficar com os cabelos grisalhos muito cedo, por volta dos trinta e poucos anos. Era de família, seu pai dizia. As rugas tinham aparecido em decorrência de preocupações, frustrações e muita, mas muita risada. Ela era bem humorada de nascença.

- Vou mandar uma mensagem. O máximo que pode acontecer é ele não responder.

Mas ele respondeu!

- Oi, Suzana, sou eu mesmo. Tudo bem com você? Me adiciona no Skype.

E durante 15 dias conversaram e se viram no Skype. Oswaldo contou que tinha se separado há poucos meses, mas que ainda não haviam legalizado a separação. As emoções renasceram pela terceira vez. Mas agora, mais maduros. Ele, com 57 anos e ela 54. Ambos com suas marcas que o tempo se encarregou de fazer.

- Vamos nos encontrar? - ele propôs.

O primeiro encontro, depois de trinta e um anos, foi meio mágico. Ambos com medo de falar, de se tocar. Foram num barzinho, ouvir música. Conversaram, riram, lembraram-se da adolescência, da proibição do namoro.

- Sua mãe sabe que você veio se encontrar comigo? - ele perguntou, com receio.

- Sim, ela sabe e só disse que tenho quase 60 anos e sei o que estou fazendo.

E aquele encontro tornou-se o primeiro de... seis! Claro que se ''viam'' todo dia. O que não conseguiram no passado, conseguiam agora, devido à tecnologia, Skype, cam, textos... 

Amor virtual, ela dissera várias vezes. Suzana não queria um amor virtual, era contra relacionamentos na internet, queria um amor real, de verdade, com cheiro de perfume, com o toque suave da mão dele sobre a dela, com jantares românticos, com caminhada de mãos dadas, com passeios sem destino. Mas Oswaldo estava muito ligado na tecnologia e achava que os encontros pela internet eram suficientes, afinal, ele era muito ocupado. Não tinha tempo de encontrá-la todo dia, do jeito que ela queria.

E Suzana foi se deixando levar, mesmo não gostando da situação. Afinal, ela estava com o primeiro amor de sua vida e acreditava que seria o último, também.

E os meses foram se passando e Suzana cada dia mais triste. Começou a cobrar a presença física do seu grande amor, que sempre respondia com um ''Estou terminando um trabalho''. Ou então ''Vou viajar'', ou... ou... ou...

Tudo o que Suzana não queria, estava acontecendo.

- Tenho namorado, mas não tenho. - ela dizia quando saía sozinha, com amigos.

Chegou novembro, seu aniversário. Oswaldo prometera uma noite especial e Suzana, sempre romântica, fizera alguns planos, pois já estavam juntos há 5 meses! Bem... juntos, propriamente dito, não.

E saiu ao encontro do seu amor, cheia de planos mirabolantes. Foram jantar no shopping, numa área de alimentação barulhenta, com várias pessoas falando ao mesmo tempo. Mas Suzana estava feliz. Era seu aniversário e ela estava com o homem da sua vida!

No meio do jantar, Oswaldo, olhando o relógio, diz:

- Vou viajar hoje à noite. Já estou atrasado.

Aquilo foi um choque! E todos os planos que ela tinha feito? E a noite especial que Oswaldo tinha prometido?

- Mas... não vamos ficar juntos hoje? - perguntou ela, sentindo que ia começar a chorar.

- Não, preciso viajar. Estou com problema com um dos clientes.

Suzana engoliu o choro. Sentia-se uma perfeita idiota!

- Espera um minuto, já volto. - Oswaldo disse, ao chegarem à sua casa.

Suzana ainda teve um lampejo de alegria. ''Deve ser meu presente.. quem sabe um anel de compromisso... uma aliança!!''.

Oswaldo lhe entrega um CD, sem papel de presente, sem capa, que ele mesmo tinha gravado. O terceiro desde que tinham se reencontrado?!?!?!

- São algumas músicas da época em que a gente se conheceu, 40 anos atrás. Espero que goste.

Suzana pega o CD, coloca no banco do passageiro, se despede de Oswaldo e vai embora.

- Mais um  CD?!?! Ele nem se deu ao trabalho de comprar um CD original??? CD Pirata???  - ia reclamando, em voz alta, sozinha no carro.

Num acesso de fúria, abre o vidro do carro e joga o CD, como se fosse um bumerangue.

Depois desse dia, não conseguiu mais encontrar Oswaldo pessoalmente. Ele sempre tinha uma desculpa, algumas muito esfarrapadas, por sinal.

Chegou dezembro. E eles não se viam há 15 dias. Nem pessoalmente, nem pela cam.

- Minha mãe está aqui. - ele se desculpava.
- A cam não está funcionando.

Suzana sentiu que não dava mais para continuar daquele jeito. Não era isso que queria. Ela ainda tentou uma conversa por telefone, mas ele sempre ocupado.



                                                           Fonte: www.tecnologia.uol.com.br

Decidiu, então, escrever-lhe um email, explicando como se sentia. Queria atenção, queria a presença do seu grande amor, queria tudo o que não tivera no passado.


2013 - Cinco anos se passaram desde que enviou o email. Oswaldo nunca respondeu, nunca a procurou, nem telefonou. 

Outubro 2018 - nove anos depois - Em um momento de solidão, Suzana resolve procurar novamente pelo seu grande amor. Quem sabe agora dá certo, ela se perguntava.

Alguns minutos depois o encontrou no Facebook...

E em seu perfil, estava escrito ''Para quem conheceu Osvaldo - Essa página é para matar um pouco da saudade de uma pessoa tão especial que se foi em janeiro'' 
















quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dicas de Inglês - Win / Earn

 WIN / EARN


WINNING AND EARNING (Ganhando e ganhando)

Quando pensamos em ganhar, logo vem à cabeça o verbo to win. Esse raciocínio pode estar correto, mas não é o que sempre acontece. “Ganhar” é to win quando estamos nos referindo a:
  • competição
  • corrida
  • loteria
  • um jogo (esportivo ou de azar)
Winning requer e envolve:
  • sorte
  • habilidade
Alguns exemplos:
  • Ayrton Senna won the race.
  • Ayrton Senna ganhou a corrida.
  • When someone wins the lottery their life tends to change.
  • Quando alguém ganha na loteria, a sua vida tende a mudar.
  • I won a bundle at poker last night.
  • Ganhei um monte jogando pôquer ontem à noite.

Mas o que acontece quando ganhar significa ganhar um salário, por exemplo? O que usamos agora não é mais to win

O verbo correto é to earn. To earn significa “receber algo pelo próprio esforço”, envolve merecimento:
  • I earned eighty thousand dollars last year.
  • Ganhei 80 mil dólares no ano passado.
Não é o caso de um professor de inglês, mas serve de exemplo. Essa frase também poderia ser “I made eighty thousand dollars last year” (“Eu fiz, produzi, 80 mil dólares no ano passado”), pois quando ganhamos dinheiro pelo próprio esforço, nós produzimos.

  • “You don’t deserve a salary increase, you’ve done nothing to earn it”, said the mean boss.
  • “Você não merece um aumento de salário, você não tem feito nada que o justifique”, disse o chefe mesquinho.
  • Ayrton Senna won the race. He certainly earned his victory and deserved it.
  • Ayrton Senna ganhou a corrida. Ele com certeza mereceu sua vitória e fez jus a ela.
Os exemplos a seguir ajudam a ilustrar:
EARNING
  • Ayrton Senna won a lot of races, earned his victories and earned a lot of money in his career.
  • Ayrton Senna venceu muitas corridas, mereceu suas vitórias e ganhou muito dinheiro.
  • After cutting the grass all afternoon I finally stopped for a cold one. I’d certainly earned it.
  • Após passar a tarde toda cortando a grama, eu finalmente parei para tomar uma cerveja gelada. Certamente tinha feito por merecer.
  • “Take a few days off”, said her kind boss. “You’ve earned them”.
  • “Tire alguns dias de folga”, disse seu chefe bondoso. “Você os mereceu”.
WINNING
  • The lucky worker won first prize in the lottery.
  • O operário sortudo ganhou o primeiro prêmio da loteria.
  • Titanic won eleven Academy Awards.
  • O filme Titanic ganhou 11 Oscars.
  • The ABC Company won the contract which will earn it a lot of money.
  • A empresa ABC venceu a concorrência e vai ganhar muito dinheiro.
Será que agora está mais claro? Nós não “ganhamos” um salário, we don’t win a salary, we earn a salary.
ImportanteTo earn tanto é um verbo regular (earn, earned, earned) como irregular (earn, earnt, earnt).
E o que dizemos quando ganhamos um presente? É muito comum ouvir:
  • What did you win for Christmas?
  • O que você ganhou de Natal?
  • I won this beautiful watch for my birthday.
  • Eu ganhei este lindo relógio pelo meu aniversário.
As duas frases estão completamente erradas! Devemos dizer:
  • What did you get for Christmas?
  • O que você ganhou de Natal?
  • I got this beautiful watch for my birthday / I received this beautiful watch for my birthday.
  • Ganhei este lindo relógio pelo meu aniversário.
Neste caso, podemos usar também a forma passiva:
  • I was given this beautiful watch for my birthday.
  • Foi-me dado este lindo relógio pelo meu aniversário.

Portanto, para ganhar coisas (de presente), usamos: get/got; give/gave/given ou receive/receivedPara resumir:
  • So, if you’re not earning any money and you think you deserve to, go out and make some. Don’t wait to win the lottery.
  • Portanto, se você não estiver ganhando dinheiro e acha que merece, vá e ganhe algum. Não espere para ganhar na loteria.

Referência: “Como Não Aprender Inglês – Edição Definitiva” de Michael Jacobs – Editora Campus/Elsevier, 2002. 

Fonte: www.teclasap.com.br

Falso Cognato - Travesty



TRAVESTY = imitação grotesca, caricatura, farsa, paródia

TRANSVESTITE = travesti



Ironia do destino ou será apenas coincidência? Nenhuma outra palavra exemplifica tão bem o significado de “falso cognato”, ou seja, algo que dá a impressão de ser uma coisa mas, na realidade, é outra bem diferente. Na língua inglesa, “TRAVESTY” tem muito pouco a ver com “travesti”. Este substantivo quer dizer “imitação grotesca”, “caricatura”, “paródia”, “farsa” e demais sinônimos. 

Para dizer “travesti” em inglês, use o termo “TRANSVESTITE”.

Obs.: Não confundir com “Cross-dresser” - que é quem  tem prazer em vestir roupas do sexo oposto, sem alteração de comportamento (homem ou mulher).


  • The opposition condemns the plan as a travesty. (BBC)
  • A oposição diz que plano é uma farsa.

Referência: “Dicionário das Palavras que Enganam em Inglês” de Ulisses Wehby de Carvalho – Editora Campus/Elsevier, 2004. 


Fonte: www.teclasap.com.br

Dicas de Inglês - As if

Look at a man the way he is, he only becomes worse.
But look at him as if he were what he could be, and then he becomes what he should be.
Johann Wolfgang von Goethe

As if
After as if you sometimes use the past form of the verb when talking about the present, because the idea is not real. The grammatical name for this is the subjunctive.
  • He acts as if he knew everything. (He does not know everything).
You also use the past in the same way with if and wish, and you normally use were with I / he / she / it. Was is also possible, but in formal English were is more common than was.
  • If I were you, I wouldn’t go. or If I was you, I wouldn’t go.
  • I wish Gary were here. or I wish Gary was here.

Referência: “Gems of Wisdom – Inspirational Messages to Enhance the Quality of Your Life and Improve Your English” de Jack Scholes – Disal Editora, 2007. 

Fonte: www.teclasap.com.br

Dicas de Inglês - Olho mágico

PEEPHOLE
olho mágico



  • Make sure you check through the peephole who is knocking before you unlock the door.
  • Antes de destrancar a portar, não deixe de checar pelo olho mágico quem está batendo.

Referência: “How do you say … in English? – Expressões coloquiais e perguntas inusitadas para quem estuda ou ensina inglês” – José Roberto A. Igreja, Disal Editora, 2005. 

Fonte: http://www.teclasap.com.br