Nova ortografia
Toda vez que falam em ‘’reforma ortográfica’’ ou ‘’nova ortografia’’
eu penso que vou começar a escrever
‘’maça = massa’’, ou então ‘’caza = casa’’ ou, então, essessão = exceção.
No meu simples entendimento, reforma é
mais do que isso que eles fazem de vez em quando. Reformar pra quê? Por que precisamos escrever da mesma forma
que os portugueses, se nossa cultura é diferente, nosso povo é diferente, nossa
sociedade é diferente, nosso ‘’tudo’’ é diferente? Além do mais, essa reforma não deixa nosso
português igual ao português de ‘’trás
os montes’’ e outros países que falam nosso idioma. Aliás, a maioria deles
ainda escreve ‘’acção’’ , ‘’projecto’’, ‘’facto’’, ‘’económico’’ e eu nunca vi
uma reforma ortográfica com essas pretensões.
Para eles, não existe o gerundismo, pois eles usam o verbo na forma infinitiva (Eu estou a
comprar um descapotável importado). A
propósito, descapotável significa conversível.
Nesse caso, nossos patrícios estão a salvo do famoso ‘’Vou estar
transferindo a ligação’’... que benção!
O certo é que, com reforma ou sem reforma, os dois idiomas ainda têm mais diferenças do que semelhanças, inclusive na forma como a maioria das palavras são pronunciadas. Eles dão a impressão de engolirem a última sílaba de todas as palavras...
O certo é que, com reforma ou sem reforma, os dois idiomas ainda têm mais diferenças do que semelhanças, inclusive na forma como a maioria das palavras são pronunciadas. Eles dão a impressão de engolirem a última sílaba de todas as palavras...
Nesta última reforma, por exemplo, foi abolido de vez um antiquíssimo
mal criado por algum doido, que
ninguém mais aguentava. Agora vai
ficar cinquenta vezes mais fácil
escrever sem precisar ‘’tremar’’.
No fim, joia mesmo ficou o fim do acento agudo na vogal aberta e tônica dos
ditongos ‘’ei’’ e ‘’oi’’. Fim da paranoia
apoiada por colmeias de androides
linguistas. Mas não se
empolgue: o acento agudo caiu só nas paroxítonas com esses ditongos. Portanto,
você vai continuar pescando com anzóis,
de chapéu e anéis.