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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Bruno Mars - When I was your man



Bruno Mars
When I was your man


Same bed, but it feels just a little bit bigger now
Our song on the radio, but it don't sound the same
When our friends talk about you
All that it does is just tear me down
'Cause my heart breaks a little
When I hear your name
And all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Too young, too dumb to realize
That I should have bought you flowers and held your hand
Should have give you all my hours when I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing, but she's dancing
With another man

My pride, my ego
My needs and my selfish ways
Caused a good strong woman like you
To walk out my life
Now I never, never get to clean up
The mess I made
And it hurts me every time I close my eyes
It all just sounds like ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Too young, to dumb to realize
That I should have bought you flowers and held your hand
Should have give you all my hours when I had the chance
Take you to every party
Cause all you wanted to do was dance
Now my baby is dancing, but she's dancing
With another man

Although it hurts
I'll be the first to say that I was wrong
Oh, I know I'm probably much too late
To try and apologize for my mistakes
But I just want you to know


I hope he buys you flowers, I hope he holds your hand
Give you all his hours when he has the chance
Take you to every party cause I remember
How much you loved to dance
Do all the things I should have done
When I was your man

Do all the things I should have done
When I was your man

Meu primeiro amor...



1970, ano do tricampeonato de futebol. Todos muito felizes, comemorando nas ruas, carreatas, buzinas.

Suzana era apenas uma menina, com seus treze, quase quatorze anos. 

Ela era a única ''filha mulher'' de um casal muito conhecido no bairro, pelas profissões que exerciam. Suzana tinha dois irmãos: um mais velho e o outro, o caçula, com cerca de oito anos. Eles haviam se mudado para aquele bairro alguns anos antes. 

O bairro era muito tranquilo, cheio de casinhas iguais. E ela estava adorando, afinal agora podia ir e voltar sozinha da escola.

Suzana estava na 7ª série. Tinha feito o curso de admissão com uma professora muito brava e, ao mesmo tempo, muito doce, cheia de sardas. Naquela época, se o aluno quisesse entrar para o ginásio, tinha que fazer o curso o ano inteiro e ser aprovado. E Suzana tinha sido aprovada com nota 9, junto com o irmão mais velho, ou seja, dois orgulhos para os pais, que tinham ficado apreensivos, pois tinham consciência de que o tal ''exame'' era difícil. 

Ela ia todo dia para a escola, na parte da tarde, pois na parte da manhã ficava com o irmão menor, para a mãe poder trabalhar. Não reclamava, porque sabia que à tarde iria para um lugar que adorava. E não adorava apenas por ir à escola. Adorava, ainda mais, o que acontecia no caminho da escola.

- Ei, beleza!! Você maltrata meu coração - ele sempre dizia, ao vê-la passar, com os cadernos embaixo do braço.

Suzana, toda envergonhada e com medo de que alguém tivesse ouvido, só se limitava a sorrir e continuava seu caminho. Às vezes era até difícil se concentrar no que os professores falavam, só pensando se ele estaria naquela mesma esquina, na saída. E ele sempre estava.

A fama daquele rapaz não era das melhores, mas ela não ligava. Em seus pensamentos, ele era perfeito.

- O nome dele é Oswaldo - ela confessou para Aparecida, a melhor amiga.

- O galinha? Você é doida!!! Seu pai te mata!! - Aparecida não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Suzana interessada justamente nele?

Uma olhada aqui, outra ali e ela se encantou pelo mais ''galinha'' que tinha no bairro. Claro que ninguém podia saber dessa paixão proibida. E lá vinha ela pela rua, indo para a escola. Na esquina, como sempre, ele a esperava, com aquele olhar de gavião, pronto para dar o bote. Ele era um rapaz bonito, loiro, fala de malandro, cerca de 18 anos. Já tinha namorado todas as meninas do bairro, menos ela, e isso tornou-se um desafio para ele. 

Suzana juntou toda a coragem que possuía e contou para a mãe.

- O quê? O Oswaldo? Vou falar com a mãe dele agora!!

Mesmo Suzana implorando, a mãe foi ter com a mãe de Oswaldo e, como as duas já eram amigas, foi uma conversa bem cordial.

- Não quero ver o Oswaldo atrás da minha filha, Dulce. Você sabe, melhor do que eu, que ele é muito namorador. Minha filha não é desse tipo de menina.

A mãe de Oswaldo prometeu que o filho não iria mais cortejar Suzana. Mas... claro que isso não aconteceu.

Mais um ano se passou e Oswaldo sempre esperando Suzana na esquina. Até que um dia, ela respirou fundo e foi conversar com ele. Foi uma conversa rápida, pois ela tinha hora pra chegar em casa. Nessa conversa, ele jurou que não era mais o galinha do bairro, que estava apaixonado por ela de verdade. 

Ela acreditou, afinal não tinha ouvido  falar mais nada. Começaram a namorar escondido, até o dia em que Suzana descobriu que ele tinha engravidado uma menina do bairro. O mundo desmorou! 

Suzana não queria mais saber de Oswaldo, que jurava que não tinha nada com a tal. 

Foi depois disso que os pais de Suzana resolveram mudar de bairro, para evitar que eles se encontrassem de novo. E Suzana ficou alguns anos sem notícia de Oswaldo. Até que um dia, voltando do trabalho, ao parar no portão de casa, Suzana o viu no posto de gasolina que havia em frente. O coração disparou! Não podia ser ele!

Antes que entrasse em casa, ele a viu e gritou:
- Eiiiiii belezaaaaaaaaa!!

Suzana gelou. Voltou até o portão e eles conversaram rapidamente. Ele explicou que a tal menina tinha mentido mesmo, mas ela não acreditava mais em Oswaldo. 

Durante algum tempo, Oswaldo ia sempre até o posto de gasolina, pra ver Suzana chegar, sair. Ela fingia que não o via, com medo dos pais, ainda rígidos, apesar de já ter quase 19 anos.

- Namorar com esse galinha, nem pensar!! - a mãe tinha declarado.

Suzana conformou-se e resolveu não ir contra a vontade dos pais. Mais 3 anos se passaram, e ela não teve mais notícias de Oswaldo. O pai descobriu que ele sempre estava no posto de gasolina e, novamente, mudaram de casa para fugir das investidas de Oswaldo. 

Suzana não era namoradeira, mas sempre tinha um ''paquera''. Mas, no fundo, sentia que tinha um assunto mal resolvido com Oswaldo.

1978, Suzana, já com quase 23 anos, estava chegando ao trabalho, no centro de São Paulo. Ao atravessar a rua, ouviu uma buzina e alguém gritando seu nome. Ela olhou e não acreditava no que via!

- Oswaldo?? - ela gritou, se aproximando do carro.

Saíram dali e foram para o Mirante da Lapa. Naquela época, a vista do Mirante era uma das coisas mais lindas que havia em São Paulo. De lá avistava-se toda a zona sul, até o Morumbi, com seus prédios e casas imponentes. Era comum os casais irem para lá, para namorar. Nem era perigoso!! 

Suzana e Oswaldo conversaram, choraram e Oswaldo contou que tinha se casado quinze dias antes, que tinha acabado de voltar da lua de mel. Suzana chorou muito, pois sempre pensou que iria se casar com ele, um dia.

Beijaram-se ainda mais apaixonados do que antes e Oswaldo prometeu que ia desfazer o casamento, pedir divórcio, largar a mulher... fosse o que fosse, mas ele iria voltar para ficar com ela pra sempre.

Suzana despediu-se dele, com uma felicidade nunca sentida antes e confiante de que ele iria voltar logo, pra ficarem juntos pra sempre.

Suzana continuou acreditando na volta de Oswaldo. Acreditou por mais 5 anos, os quais não conseguiu  namorar ninguém. Quando percebeu que ele não iria voltar, decidiu prosseguir com sua vida. Casou-se, teve três filhos, mas a sensação de algo não terminado continuava a persegui-la.

2009, trinta e um anos depois. Suzana já divorciada há dois anos, decide procurar amigos da época da escola no Orkut (até então, o Facebook não era tão conhecido para ela). Não achou ninguém. De repente, sentiu vontade de procurar por Oswaldo. Ela ainda se lembrava do sobrenome dele, muito incomum. Após algumas pesquisas, ela o encontrou!!

- Mas será que é ele mesmo? Está barrigudo, cabelos brancos!

O tempo havia se passado para Oswaldo e, claro, para ela também, que já tinha cabelos brancos e muitas rugas a mais. Suzana tinha começado a ficar com os cabelos grisalhos muito cedo, por volta dos trinta e poucos anos. Era de família, seu pai dizia. As rugas tinham aparecido em decorrência de preocupações, frustrações e muita, mas muita risada. Ela era bem humorada de nascença.

- Vou mandar uma mensagem. O máximo que pode acontecer é ele não responder.

Mas ele respondeu!

- Oi, Suzana, sou eu mesmo. Tudo bem com você? Me adiciona no Skype.

E durante 15 dias conversaram e se viram no Skype. Oswaldo contou que tinha se separado há poucos meses, mas que ainda não haviam legalizado a separação. As emoções renasceram pela terceira vez. Mas agora, mais maduros. Ele, com 57 anos e ela 54. Ambos com suas marcas que o tempo se encarregou de fazer.

- Vamos nos encontrar? - ele propôs.

O primeiro encontro, depois de trinta e um anos, foi meio mágico. Ambos com medo de falar, de se tocar. Foram num barzinho, ouvir música. Conversaram, riram, lembraram-se da adolescência, da proibição do namoro.

- Sua mãe sabe que você veio se encontrar comigo? - ele perguntou, com receio.

- Sim, ela sabe e só disse que tenho quase 60 anos e sei o que estou fazendo.

E aquele encontro tornou-se o primeiro de... seis! Claro que se ''viam'' todo dia. O que não conseguiram no passado, conseguiam agora, devido à tecnologia, Skype, cam, textos... 

Amor virtual, ela dissera várias vezes. Suzana não queria um amor virtual, era contra relacionamentos na internet, queria um amor real, de verdade, com cheiro de perfume, com o toque suave da mão dele sobre a dela, com jantares românticos, com caminhada de mãos dadas, com passeios sem destino. Mas Oswaldo estava muito ligado na tecnologia e achava que os encontros pela internet eram suficientes, afinal, ele era muito ocupado. Não tinha tempo de encontrá-la todo dia, do jeito que ela queria.

E Suzana foi se deixando levar, mesmo não gostando da situação. Afinal, ela estava com o primeiro amor de sua vida e acreditava que seria o último, também.

E os meses foram se passando e Suzana cada dia mais triste. Começou a cobrar a presença física do seu grande amor, que sempre respondia com um ''Estou terminando um trabalho''. Ou então ''Vou viajar'', ou... ou... ou...

Tudo o que Suzana não queria, estava acontecendo.

- Tenho namorado, mas não tenho. - ela dizia quando saía sozinha, com amigos.

Chegou novembro, seu aniversário. Oswaldo prometera uma noite especial e Suzana, sempre romântica, fizera alguns planos, pois já estavam juntos há 5 meses! Bem... juntos, propriamente dito, não.

E saiu ao encontro do seu amor, cheia de planos mirabolantes. Foram jantar no shopping, numa área de alimentação barulhenta, com várias pessoas falando ao mesmo tempo. Mas Suzana estava feliz. Era seu aniversário e ela estava com o homem da sua vida!

No meio do jantar, Oswaldo, olhando o relógio, diz:

- Vou viajar hoje à noite. Já estou atrasado.

Aquilo foi um choque! E todos os planos que ela tinha feito? E a noite especial que Oswaldo tinha prometido?

- Mas... não vamos ficar juntos hoje? - perguntou ela, sentindo que ia começar a chorar.

- Não, preciso viajar. Estou com problema com um dos clientes.

Suzana engoliu o choro. Sentia-se uma perfeita idiota!

- Espera um minuto, já volto. - Oswaldo disse, ao chegarem à sua casa.

Suzana ainda teve um lampejo de alegria. ''Deve ser meu presente.. quem sabe um anel de compromisso... uma aliança!!''.

Oswaldo lhe entrega um CD, sem papel de presente, sem capa, que ele mesmo tinha gravado. O terceiro desde que tinham se reencontrado?!?!?!

- São algumas músicas da época em que a gente se conheceu, 40 anos atrás. Espero que goste.

Suzana pega o CD, coloca no banco do passageiro, se despede de Oswaldo e vai embora.

- Mais um  CD?!?! Ele nem se deu ao trabalho de comprar um CD original??? CD Pirata???  - ia reclamando, em voz alta, sozinha no carro.

Num acesso de fúria, abre o vidro do carro e joga o CD, como se fosse um bumerangue.

Depois desse dia, não conseguiu mais encontrar Oswaldo pessoalmente. Ele sempre tinha uma desculpa, algumas muito esfarrapadas, por sinal.

Chegou dezembro. E eles não se viam há 15 dias. Nem pessoalmente, nem pela cam.

- Minha mãe está aqui. - ele se desculpava.
- A cam não está funcionando.

Suzana sentiu que não dava mais para continuar daquele jeito. Não era isso que queria. Ela ainda tentou uma conversa por telefone, mas ele sempre ocupado.



                                                           Fonte: www.tecnologia.uol.com.br

Decidiu, então, escrever-lhe um email, explicando como se sentia. Queria atenção, queria a presença do seu grande amor, queria tudo o que não tivera no passado.


2013 - Cinco anos se passaram desde que enviou o email. Oswaldo nunca respondeu, nunca a procurou, nem telefonou. 

Outubro 2018 - nove anos depois - Em um momento de solidão, Suzana resolve procurar novamente pelo seu grande amor. Quem sabe agora dá certo, ela se perguntava.

Alguns minutos depois o encontrou no Facebook...

E em seu perfil, estava escrito ''Para quem conheceu Osvaldo - Essa página é para matar um pouco da saudade de uma pessoa tão especial que se foi em janeiro''